No mercado, abrir uma nova empresa em um segmento já consolidado é uma tarefa complicada, por isso, um plano de negócios é uma ferramenta essencial para planejar e solidificar essa construção, minimizando os riscos e aumentando a eficiência dos seus investimentos.
No cenário brasileiro, criar e crescer o seu negócio é uma tarefa árdua, onde somente os mais preparados continuam de pé. Segundo a Associação Brasileira de Startups, a Abstartups, em torno de 70% das startups fecham as portas antes de completarem 20 meses de existência. Esse número assustador explicita a necessidade de conhecer e diminuir ao máximo os riscos, principalmente durante as primeiras fases de amadurecimento de sua empresa.
O que é um Plano de Negócios?
Na prática, um plano de negócios é um documento que descreve e dá embasamento para a estratégia e objetivos da empresa, além de definir metas e projeções financeiras para uma empresa. Ela serve como guia para a abertura ou pivotamento de um negócio e, se realizada de maneira efetiva, gera resultados claros para a empresa.
O que minha empresa ganha com isso?
Em um mar de oportunidades, ter entendimento sobre o mercado e clareza sobre seus diferenciais e objetivos demonstra que todos os fundadores estão caminhando para um mesmo lugar e que esse objetivo não se perca no caminho. Assim, as principais vantagens dessa ferramenta são:
Definição da estratégia
Com um plano de negócios bem estruturado, fica claro a situação atual do mercado, enxergando de maneira clara os concorrentes, seus pontos fortes e fracos e como o seu negócio se diferencia e pode se destacar dentro desse mercado.
A partir desses dados, a estratégia de inserção no mercado, de posicionamento de marca e de marketing ficam mais embasadas e assertivas, permitindo a eficiência desses aspectos, que economizam recursos a longo prazo.
Gestão de riscos
Possivelmente o principal benefício é diminuir os riscos durante os estágios iniciais de uma startup. Nos primeiros meses, enquanto a empresa ainda não gera lucro, é essencial planejar os custos e recebimentos para diminuir o risco de falência e perda de investimento. No geral, o que puder ser reduzido de riscos, deve ser feito.
Criação da base operacional e financeira
Com uma base sólida em relação à operação e ao financeiro, o trabalho se torna apenas executar o que já foi planejado, ao invés de descobrir o que fazer no meio do caminho. Essa rota clara elimina preocupações do fundador, permitindo que a sua atenção se volte para aspectos mais críticos do negócio.
Como executar um plano de negócios?
Com a importância e objetivo do documento já comentado, como, de fato, montá-lo e que aspectos ele deve englobar? Os tópicos podem variar segundo o autor, porém, ele deve conter sete tópicos essenciais:
1. Sumário Executivo
O sumário executivo é o ponto de partida do seu plano de negócios. O foco deve ser transmitir a essência da sua empresa de maneira concisa e persuasiva. Destaque seus diferenciais e a proposta de valor que torna sua empresa única. Este resumo estratégico será a primeira impressão para potenciais investidores e parceiros, além de servir como introdução que guiará o decorrer do texto.
2. Descrição da Empresa
Esta seção é onde você define a identidade da sua empresa. Descreva a missão, visão e valores que orientarão suas decisões, o porquê você faz o que faz e onde planeja chegar. Compartilhe a história da empresa, ressaltando o propósito por trás da sua criação, o que é muitas vezes a diferença para um negócio dar certo ou não.
Ademais, deve conter uma descrição do negócio, contemplando a sua área de atuação, constituição jurídica, enquadramento tributário e capital social. Além de dados básicos como nome da empresa e CNPJ.
3. Análise de Mercado
Descreva a fundo o mercado em que pretende ingressar. Analise o comportamento do consumidor, os principais concorrentes e o que os destaca, listando seus pontos fortes e fracos. Essa análise é crucial para a formulação do seu diferencial competitivo e posicionamento de marca dentro do mercado, guiando estratégias de marketing e o seu branding.
A análise de mercado pode ser feita de forma independente ou agências especializadas, mas o principal é baseá-la em números e não em instintos. Pesquisas qualitativas e quantitativas somado a números brutos e porcentagens em relação ao público e concorrentes criam uma fundação sólida para o seu produto ou serviço.
4. Organização e Gestão
No contexto do fundador, destaque suas habilidades e experiências que o capacitam a liderar a empresa. Também, apresente a estrutura organizacional inicial, mesmo que seja uma equipe enxuta. Isso transmite confiança aos investidores sobre a capacidade da equipe e a função de cada membro dentro do organograma da organização. Além da confiança, também delimita a responsabilidade de cada um na equipe e possibilita um crescimento estruturado.
5. Produtos ou Serviços
Nesta seção, detalhe os produtos ou serviços que você fornecerá, enfatizando os benefícios exclusivos que oferece aos clientes. Esclareça a sua proposta de valor e como ele se diferencia dos demais. Esse será o seu core business, então é essencial tê-lo de maneira clara e, se possível, utilizar um MVP ou mockup para consolidar o plano de negócios.
6. Estratégia de Marketing e Vendas
Desenvolva estratégias de marketing direcionadas ao seu público-alvo e como você quer que a sua empresa seja enxergada. Inclua planos de venda, estratégias de posicionamento e promoção. Mostre que você compreende o mercado e seu público e exponha como planeja conquistar sua porcentagem dele.
7. Planejamento Financeiro
Em um dos tópicos mais importantes do documento, você deve projetar os custos iniciais do empreendimento, com os gastos fixos e variáveis, detalhando o destino de cada parte do investimento. Também, deve conter as projeções mensais de faturamento e receita, com diferentes cenários (pessimista, realista e otimista).
Além disso, deve conter algumas métricas essenciais para os investidores como a estimativa de ROI (Retorno sobre Investimentos), taxa de lucro sobre os produtos ou serviços vendidos e o ponto de equilíbrio, o faturamento mínimo para que a empresa se mantenha sem prejuízos.
Conclusão
Portanto, o Plano de Negócios surge como uma ferramenta indispensável para empreendedores que buscam ter sucesso na criação de sua empresa ou no seu redirecionamento. A fundação que esse documento gera não só minimiza os riscos a curto e médio prazo como traz confiança para investidores e sócios.
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